Definitivamente a morte não foi feita para ser entendida. É inútil buscar “respostas” para compreender “motivos”. Esqueça isso. Apenas aceite o fato em si, de que ela é inevitável. Compreenda, pois, que qualquer explicação racional para algo que se dá em circunstâncias tão adversas, e tão misteriosas, não passará de mera conjectura.
Outro hábito inútil é tentar associar a morte a uma “missão cumprida”. Isto também é irrelevante. Trata-se, por sinal, de apenas mais um meio que o ser humano encontrou, nesse afã por explicações ante o inexplicável, para acalentar a si mesmo e tentar superar tais perdas de forma mais ou menos confortável (ou menos sofrível).
Na realidade, o essencial é tirarmos o foco do “por que da morte” e direcioná-lo ao “por que da VIDA”! Devemos buscar realizar aquilo que Deus (a humanidade) espera de nós, e que se traduz, basicamente, em fazer o bem. Esse é o nosso propósito existencial; o caminho a ser seguido e nele, sim, há muitas respostas. O tempo que teremos para tais realizações variará. Só que isso também não é importante. O que importa, afinal, são os valores que serão agregados a essas realizações e que serão úteis as outras pessoas.
Alguns, em diferentes estágios da vida, entenderão essa nuance existencial e passarão a valorizar a vida de um modo diferente. Serão mais intensos. Transformar-se-ão em seres idealistas, polivalentes, realizadores... E nessa constante evolução, mental e espiritual, se aprimorarão moralmente e se tornarão pessoas de caráter excepcional e comportamento exemplar, e, por conseguinte, farão a diferença por onde passarem.
Assim sendo, quando passamos a viver para o bem, independentemente da religião ou mesmo da ausência dela, passamos, também, a nos interessar pela VIDA (em por que viver) e não em “quando”, “como” ou “por que” morremos.
Tudo isso se revela no despertar da nossa consciência para a existência de um poder extra-humano que determina o começo da vida e o prazo para a morte, e nos impele a compreender que o mérito pessoal nosso residirá, pois, na intensidade com que desenvolvemos esse propósito benevolente. Isto é, quanto mais dedicação em fazer o bem, mais meritória será para cada um a transitoriedade pelo mundo físico.
Chorar, lamentar, entristecer-se é algo absolutamente natural. E, portanto, sentir saudades de quem se foi chega a ser incontrolável, pois somos seres essencialmente sentimentais. Deste modo, a morte de alguém querido, ainda mais quando acontece de forma abrupta, machuca, às vezes, profundamente. Por isso, precisamos estar, desde o quanto antes, espiritualmente elevados em Deus, na fé, pois a capacidade de transformar o sofrimento no conforto de um provável reencontro é o que nos dará força para retomarmos o caminho da VIDA e continuarmos em nossos propósitos.
Consequentemente devemos buscar a Deus todos os dias, rogar-lhe o amparo em todas as nossas ações, para que o que tiver que ser que o seja graças a Ele e, da mesma forma, se não tiver que ser que Ele também nos conduza ao melhor caminho. É desta forma que a VIDA deve ser vivida, sem medo do porvir, sem medo da morte, pois esta, concluímos, é só mais um estágio nessa divina trajetória...
(homenagem póstuma ao meu nobilíssimo e saudoso amigo Alexandre Campos, que soube viver a VIDA com indescritível sabedoria e humanidade. Bravo!...)
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